da parcialidade

Faltam-me as letras. Escasseiam-me as palavras. Evaporam-se-me os pensamentos, as divagações.
Parte de mim fecha-se num marasmo, que aceito, mesmo que me inquiete. Não sei - eventualmente não quero - fazer-lhe frente. Deixo-me levar e entrego-me a ele. Sou naturalmente acomodado, com o que de bom e de mau isso possa trazer.
As esperas angustiam-me, e deve ser esta a forma que o meu mecanismo interno encontra de me anestesiar.

Por isso, aqui - ali? - ando, inspirando o Verão que se faz fraco mas que acalenta o espírito e o corpo, sobretudo o corpo.
Inspirando amantes, amados. Absorvendo prazeres, simples, despretensiosos, banais.
Deixo a onda enrolar-me, sabendo que é à areia que me entregará.
O resto... fica para depois.


© pedro_efe